Os devotos do Santo Amaro andavam de porta em porta a exemplo do que acontece na noite de Reis, de 5 para 6 de janeiro. De vassoura em punho aproveitavam para juntarem os restos da “festa” desde os licores às broas. Com o passar dos anos a tradição tem vindo a perder força e das visitas casa a casa restam apenas algumas situações pontuais.
Ainda assim, todos os anos o “varrer dos armários” é assinalado simbolicamente por algumas instituições culturais do concelho de Santa Cruz. Pelas ruas ouvem-se quadras e cantigas caraterísticas de cada localidade.
» A devoção a Santo Amaro
O povo madeirense deposita forte devoção a Santo Amaro. Por sinal, o santo mais popular do mês de janeiro. Prova disso são as capelas mandadas erguer em sua honra. Algumas foram mantidas até aos dias de hoje. São exemplos as capelas existentes no Paul do Mar, Santa Cruz e Santo Amaro, no Funchal.
Em Santa Cruz, o religioso e o profano juntam-se em uma série de festividades que, regra geral, prolongam-se por vários dias. É das localidades da Madeira onde a tradição tem mais peso. Na véspera, os romeiros, muitos dos quais emigrantes, chegam de vários pontos da Ilha para participar na procissão.
A imagem do Senhor Santo Amaro é transportada da Capela até à Igreja Matriz, onde é celebrada a missa solene. Os fiéis juntam-se em devoção transportando velas e membros do corpo feitos em cera para, desta forma, cumprirem promessas feitas a Santo Amaro. No dia da festa (15 de janeiro) a imagem é levada de volta, em procissão, para a Capela, onde permanece todo o ano.
As barracas com comes e bebes e a atuação de diversos grupos de música tradicional complementam as festividades em honra de Santo Amaro.