Reza a história que João Gonçalves Zarco terá indicado o espaço para a construção de uma Capela em honra do Espirito Santo, em Câmara de Lobos. Uma manifestação de Fé comprovada pelas diversas Capelas que, entretanto, lhe foram dedicadas ao longo do Arquipélago da Madeira e pelas pinturas existentes no interior de muitas Igrejas.
As Visitas Pascais iniciam-se uma semana após o Domingo de Páscoa e prolongam-se até à Solenidade da Ascensão. A tradição é vivida com intensidade pelas famílias madeirenses bem como junto das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. É comum, em muitos lares, uma limpeza das casas ao pormenor para receber o Pároco ou o representante da Igreja. A família e os amigos mais próximos juntam-se. As refeições são melhoradas para este dia com bolos, doces, licores, entre outras iguarias.
Regra geral, as “saloias” integram as visitas. São crianças vestidas com traje vermelho ou com o traje típico regional. Em alguns locais vão “decoradas” com ouro e carregam cestos com flores. Habitualmente cantam versos típicos do Espirito Santo acompanhadas ou não por instrumentos tradicionais.
“O Divino Espirito Santo é o nosso consolador
consolai a nossa alma
quando deste mundo for…”
Depois da bênção, os donos da casa beijam as Insígnias em sinal de respeito e devoção. Na bandeja ou “coroa” são depositadas as ofertas. Os fundos recolhidos são utilizados nas ações da Igreja, por exemplo, na ajuda aos mais carenciados.
Divino Espirito Santo na Camacha
Conhecida por ser a Capital da Cultura Madeirense, a Camacha vive com forte intensidade as Visitas Pascais. Regra geral o programa acontece durante 3 dias, culminando na conhecida “segunda-feira da Camacha”. A festa do Espírito Santo inicia-se, no sábado, com a deposição de flores no cemitério em homenagem aos “Imperadores” falecidos.
No domingo decorre a visita simbólica das Insígnias aos estabelecimentos comerciais do centro da Vila, seguindo-se o cortejo do Pão em benefício dos mais carenciados da freguesia. Na segunda-feira procede-se à eleição do “Imperador” das festas para o ano seguinte.